Dias de puro futebol na Argentina – 2025 – Chacarita, onde vive o futebol raiz

em futebol, tive a sorte de conhecer um motorista de Uber único: o sul-coreano Ping Song Chang, que na época estava próximo de completar 50 anos de idade.

Ao conhecer esse personagem, me impressionei com o fato dele falar muito bem português. E isso geralmente acontece com argentinos por um bom motivo: foi casado com uma brasileira, tendo os filhos ficado em Londrina (PR), e ele voltado para sua casa.

Bom, porque falar do Ping Song Chang? Porque batendo um papo com ele, me contou que seu time era o Chacarita Juniors. Demorei a crer na época. Um sul-coreano que torcia pro Chacarita e falava português fluente. Segundo ele, “porque em Chacarita se vive o futebol raiz”. Nunca esqueço essa frase e esse dia que o conheci. Essa história contei aqui.

Bom, no sábado (30/08), o objetivo central do dia era ir ao jogo do Chacarita Juniors contra Clube Atlético Mitre. Não esperava nada, porque pouco conhecia de fato do Chaca, mas foi uma experiência que vou guardar pra sempre, principalmente pela amizade que eles têm com o São Paulo.

Conheci um jovem, que o historiador Matias Pinto me apresentou – basicamente, o Matias me enviou o Instagram do rapaz. E tenho que destacar, as conexões são importantes nessas viagens. O Marlon Mendoza foi um gigante. Não cabe palavras para descrever. No primeiro contato ele foi até um pouco frio. Quando viu que eu era Tricolor Paulista, já deixou claro “são-paulino não paga para ir em jogo do Chaca”.

No dia do jogo, no entanto, me pediu para eu ir um pouco mais cedo, por volta de 12h, para eu garantir meu ingresso. A partida era mais tarde, às 14h. Bom, isso atrapalhou um pouco meus planos anteriores, que era de conhecer o Cemitério Chacarita, que tem muros lindos. Estava no Uber com meu xará Gustavo, mas chegando na frente do Cemitério do Oeste, tive que trocar o endereço para não atrasar.

Chegando na Villa Maipú, em San Martín, um local que eu já havia feito uma corridinha para conhecer o estádio em 2023, logo vi a diferença das várias experiências que tive. O bairro todo é pintado de vermelho, branco e preto. Nada mais especial para um são-paulino do que isso.

Cheguei lá na prévia com a barra La Famosa Banda de San Martín. Um camarada me viu com a camisa do São Paulo e começou a me falar um monte de frases para me pedir para trocar a camiseta, de forma até intimidadora. Me fiz de desentendido, até que chegou o responsável pela Embaixada do SPFC na Argentina e, literalmente, botou ele para correr. Obrigado, Douglas.

Fiquei lá por cerca de 1h, esperando o Marlon ir e voltar até onde precisava ir para encontrar a namorada, e na volta entramos. Essa 1 hora passou uma eternidade. Achei o ambiente meio instável. Bom, para entrar no Estádio, lá no Chacarita foi algo diferente. Não precisamos entregar ingresso ou passar o QR Code na catraca. Passou da barreira policial usando uma pulseirinha de festa, a exatamente uma quadra do estádio, e você já estava dentro. Foi curioso.

O jogo terminou 2×2, bem ruim para o Chaca que tenta classificar para a final, sem passar pelos playoffs que classifica uma única equipe para subir. Quem ganha a final entre os grupos sobe direto. Depois, mata-mata para ver quem sobe para a primeira divisão. Aprendi diversas músicas e me identifiquei com o time.

Vivi um dia intenso de estádio. Prévia desde cedo, comendo aquele chori pan. Depois, saímos do jogo e ficamos mais um tempo em outro bar próximo a cidade, com a gente do Chaca. Foi o mais próximo que vivi das resenhas pré-jogo no Morumbi. Ah, conheci ainda o Ayrton. Amigo do Marlon. Primeira vez na vida que conheço uma pessoa com esse nome. Até comentei com ele, que no Brasil é muito raro.

Outro estádio para a conta
Antes de ir para o jogo, passei no estádio do Ferro Carril Oeste para conhecer as instalações. Em 2023 eu bati na porta, até comprei uma camiseta para um amigo, mas infelizmente não havia a possibilidade de entrar e conhecer o estádio. Desta vez, tive a sorte de me apresentarem um dos responsáveis pela administração do clube, Alexis, que me fez um tour bem rápido pelas instalações.

O clube tem uma excelente estrutura. Isso é inegável. O meu guia fez questão de dizer diversas vezes que é o estádio mais antigo da Argentina. Foi inaugurado em 1905, ou seja, 120 anos de histórias de futebol para contar. Na América do Sul, só perde para o Gran Parque Central, no Uruguai, construído em 1900. Feliz de poder dizer que conheço ambos.

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