Dias de puro futebol na Argentina – 2025 – O primeiro dia

Sabe quando você tem vontade de fazer alguma coisa e tem a total ciência de que, se deixar a vontade passar, acaba não fazendo? Foi assim que nasceu essa minha segunda vez aqui na Argentina, visitando estádios em um período de 10 dias. Já vim para cá em 2008, 2015, 2017/2018, 2022, 2023 e agora 2025. Mas, para recorrer estádios, só nessas últimas duas vindas.

Em 2023 eu também fiz isso, relatando diariamente no site Futebol Portenho as aventuras naquele mês de maio. Desta vez, tentei contato com o dono do portal, que me ignorou no Instagram e no WhatsApp, ou seja, optei por criar um espaço para fazer este e outros registros, já que ele simplesmente não quis me responder. É do jogo. Segue a vida.

Bom, vamos lá. Começo contando o erro número 1 dessa viagem: comprar a ida no sábado e a volta na segunda-feira. E por que isso foi um erro? Porque no futebol argentino, não faltam opções de jogos nas sextas-feiras e também nas segundas.

Após comprar as passagens de ida e volta, a ansiedade crescia semana a semana, pelo simples fato de a AFA (Associação Argentina de Futebol) só divulgar as datas dos jogos muito em cima. É um belo retrato da inseguridade do País.

Na Liga Profesional (1ª divisão), até que existe uma certa organização previa, de umas duas semanas. Na Primera Nacional (2ª divisão) as datas são definidas uns 10 dias antes. Já na Primera B Metropolitana (3ª divisão) e na Primera C (4ª divisão), acredite se quiser, definem a data, horário e local dos jogos, na semana mesmo. Zero organização com antecedência.

Cheguei no sábado, dia 23 de agosto, em Buenos Aires, no primeiro voo do dia da Gol. E, assim, perdi um jogo que poderia rever pessoas que eu conheci em 2023, no Estádio do Barracas Central, clube ascendente no futebol argentino, do atual presidente da AFA, Chiqui Tapia. No Futebol Portenho relatei esse dia neste texto aqui. E estou remoendo demais voltar na segunda que vem, dia 1º setembro, porque haverá quatro ótimos jogos para ir neste dia. Jogos como mandante de Platense, Defensores de Belgrano, Nueva Chicago, Ferro Carril Oeste e Victoriano Arenas. Estádios que queria muito conhecer melhor.

Em 2023 eu consegui ao menos visitar o Nueva Chicago e puder relatar neste texto o que vivi naquele dia. Foi bastante especial aquele dia, embora não tivesse assistido nenhum jogo (que geralmente é objetivo principal).

Bom, o meu primeiro jogo nessa viagem foi do Club Atlético Atlanta, de Villa Crespo. Um clube que realmente é “de bairro”. Diferentemente dos grandes argentinos, existem clubes que são dos seus bairros e da sua gente. Claro que River ou Boca têm os seus bairros que os representa, Nuñez e La Boca, mas os seus torcedores estão por todos os lados. Esse é o caso do Atlanta, clube que fica no “bairro judeu” da cidade.

Chegar lá no Estádio Don León Kolbowski não foi difícil, porque estou hospedado no bairro vizinho, Palermo. Um ônibus e em 15 minutos eu estava lá. Diferente do que estamos acostumados no Brasil, no Atlanta você compra o ingresso na bilheteria, se você não for associado. Assim, cheguei lá meia hora antes e paguei os meus 18.000 pesos no ingresso. Na cotação do dia, pouco menos de 70 reais.

Achei que o jogo estava marcado para começar às 15h30. Chegando lá, descobri exatamente às 14h58 que o jogo começava às 15h. Uma fila intensa para entrar, o que me deixou chateado por perder a prévia embaixo da arquibancada e… O jogo começou uns 15 minutos atrasado, por algum motivo, lá pelas 15h15.

Se na entrada do Estádio não dei sorte de fazer amizade com nenhum torcedor do Atlanta (obviamente até tentei), pelo menos bati um bom papo com o segurança da arena que fica exatamente no terreno ao lado. Torcedor do Boca, ele explicou bem como funciona tudo ali.

No estádio, logo fiz amizade com Juanca. Um torcedor do River Plate, que mora três quadras do estádio. Ele, com seu cerca de 45 anos, estava com dois amigos “hinchas” do Boca Juniors. Assistimos o jogo lado a lado, ficando bem amigos. Ah, ele estava de ressaca da noitada de sexta-feira. Logo me identifiquei bastante.

Fato curioso, disse ele que não ia no estádio do Atlanta há uns 10 anos. Ou seja, coincidências do destino, fazer uma amizade com alguém que foi aleatoriamente no jogo depois de tanto tempo. Placar final 2×1 para o Atlanta no Ferro Carril Oeste, outro “Time de Bairro” de Buenos Aires (Caballito). Torcida do Atlanta não fez feio, mas realmente não é das mais fanáticas. Nada contra. Só uma constatação.

Principal conclusão do primeiro dia, que vale para todo mundo que vai à Buenos Aires: o melhor lugar para trocar dinheiro foi aonde? No Aeroporto Internacional Jorge Newbery, o Aeroparte. Logo na entrada do embarque, na direitinha. Juro, depois que saí de lá, não encontrei tamanha facilidade e qualidade (preço) de câmbio.

E aproveito para deixar outro conselho muito valoroso: levar real em dinheiro para o Brasil. O cartão de crédito é um péssimo negócio. O Western Union é mais ou menos bom, porque acaba pagando taxas para o banco e também IOF. Levar dinheiro vivo, é a opção. E, se você pude levar real, sem precisar perder na conversão para o Dólar, você está fazendo o melhor negócio.

Outro conselho: ao sair do desembarque, já na loja que tem lá de 25 horas, você já compra a tarjeta Sube. Gastei exatos R$ 2,50 do aeroporto para o meu Airbnb. O Uber tava dando 40,00 reais, o que eu não achei caro. Mas, de R$ 2,50 para R$ 40,00 tem uma longa diferença. Estava sozinho. Estava com tempo de sobra. Não me arrependo nada, nada.

No próximo texto conto os dois dias seguintes, domingo e segunda-feira, com as experiências únicas que tive. Volto mais duas ou três vezes depois, para relatar o que vivi durante os dias seguintes da semana, até o fim de semana que ainda está por vir.

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